Comerciantes no Zaire valorizam acções do Programa de Reconversão da Economia Informal
O valor máximo para os empréstimos no âmbito do PREI é de 500 mil kwanzas e o reembolso deve ser operacionalizado num período de um ano
Fernando Neto
Um total de 7.215 cidadãos, dos quais vendedores de bancadas, feirantes e ambulantes, a nível da província do Zaire, aguardam pelo reinício da atribuição de créditos, no âmbito do Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI). Ao Jornal de Angola, o chefe de Departamento de Promoção do Emprego e Fomento do Empresariado Nacional, órgão afecto ao Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico Integrado do Zaire, Manuel André, avançou que, quatro vendedores, dos 7.215 cadastrados, a nível da província, beneficiaram de forma simbólica, no acto de lançamento do projecto, em Mbanza Kongo, do crédito de 300 mil kwanzas cada.
“Apenas foram entregues créditos avaliados em 300 mil kwanzas cada, a quatro vendedores no acto de lançamento do projecto em Maio, cuja continuidade aguarda pela avaliação das demais solicitações por uma equipa do Ministério da Economia e Planeamento que levou os processos à Luanda”, disse. O valor máximo para o crédito no âmbito do PREI é de 500 mil kwanzas a ser reembolsado num período de um ano.
De acordo com Manuel André, enquanto se aguarda pela avaliação das solicitações por parte do Ministério, os cidadãos cadastrados beneficiaram de formação em matéria de empreendedorismo e Certidão de Registo Comercial, um documento que legaliza o exercício da actividade dos vendedores, bem como um total de mil receberam telefones simples. O PREI consiste na formalização, legalização e aumento do capital dos agentes económicos informais, sobretudo vendedores de bancadas, feirantes e ambulantes. “O PREI visa ajudar aqueles vendedores de fuba, produtos alimentares e higiénicos, ao passo que, os funcionários públicos e agentes da ordem, na sua condição de assalariados, podem habilitar-se a outros programas de crédito junto aos bancos comerciais do país”, aconselhou.
Manuel André esclareceu que, a implementação do PREI na região registou alguns constrangimentos, consubstanciados no registo de funcionários públicos e agentes da Polícia Nacional, ao invés do grupo alvo, nomeadamente vendedores de bancadas, feirantes e ambulantes. “Os brigadistas que tinham a função de mobilizar vendedores e feirantes passaram uma informação errada à população, situação que levou, também, à corrida desenfreada de funcionários públicos e polícias ávidos pelo crédito, para começarem um negócio. Não houve a devida triagem, o que fez com que muitos vendedores ficassem de fora do processo”, lamentou Manuel André, acrescentado que, apesar disso, todos os cadastrados (7.215) estão habilitados ao crédito, com excepção aos que solicitaram valor acima de 500 mil kwanzas.
Concretização
Apesar da morosidade no processamento e atribuição do crédito, os vendedores de bancadas, feirantes e ambulantes da “Praça da Corrida”, localizada no bairro 11 de Novembro, na cidade de Mbanza Kongo, têm esperança em receber o referido crédito para poderem concretizar os seus projectos. Suzana Ventura, 50 anos, ocupa uma das lojas da “Praça da Corrida”, afirmou que aguarda pelo crédito e tem fé que o projecto vai ser efectivado pelo governo angolano, para acudir o sofrimento da população. “Já recebi o telefone e a Certidão de Registo Comercial, para além de tratar o Número de Contribuinte Fiscal (NIF), falta apenas receber o crédito para poder ampliar o negócio e realizar outros projectos. Todos nós temos fé na concretização deste Programa do Governo angolano, por isso dedicamos mais de duas semanas a tratar a documentação exigida”, disse.
Fonte: Jornal de Angola